Uma força tarefa de artistas deverá entregar o principal quadro alusivo ao rompimento de Pedro de Alcântara com as Côrtes portuguesas nas comemorações da entrega do Museu do Ipiranga, em São Paulo, no ano que vem. O museu está sendo restaurado desde 2019 e os trabalhos ficaram os cuidados da arquiteta Yara Petrella, da Universidade de Sâo Paulo. Com a pandemia do coronavírus, no entanto a restauradora, que pertence ao grupo de risco para o Coronavirus foi afastada de suas funções e em seu lugar assumiu a força-tarefa de técnicos do museu da USP para concluir o processo.
O quadro “Independência ou Morte” (de 415 cm por 760 cm) e do artista brasileiro Pedro Américo e representa o momento da independência do Brasil. Foi encomendado pelo então presidente da Comissão do Monumento do Ipiranga, em 1886 e levou dois anos para ser pintado. Entregue em 8 de abril de 1888, e exposto na Academia de Belas Artes de Florença só foi entregue ao Brasil em junho e exposta pela primeira vez em 7 de setembro de 1895, na inauguração do Museu Paulista. O diretor do museu à época, Affonso Taunay, usou-a como ponto de partida e principal peça de um programa de decoração elaborado a partir de um contexto político-ideológico para todo o prédio e suas obras, ficando o quadro como elemento central do salão nobre do museu.
Quadro "Independência ou Morte "de Pedro Américo. Imagem: Reprodução
A obra de Pedro Américo é uma construção de identidade nacional através da arte e um patrimônio biográfico-visual do Brasil, mostrando um momento decisivo da história da nação, apresentando uma visão gloriosa do passado brasileiro e revelando muito sobre uma determinada época do Brasil do século XIX.
A tela foi montada originalmente onde está até hoje, e nunca foi retirada de lá. Localizado no parque da Independência, o Museu do Ipiranga está fechado para visitação desde 2013, quando foi detectado risco iminente de queda do forro. Ele é um dos museus da USP, sendo por isso também uma unidade de pesquisa, no caso, na área de história.