Por: Ailton Segura
Minha companheira, colega e vizinha do BOA (Rua 44) a professora Sonia Zaramella (UFMT) me encheu de alegria. Ao compartilhar um post no facebook sobre uma notícia de um padre de Caruaru, me fez por uns instantes esquecer crise de energia, preço do combustível, desmandos de um governo (imbecil), do gás, da fome em crescimento, e enalteceu o amor, mostrando que apesar da conjuntura nem tudo está se perdendo.
Voltei meus pensamentos para um passado bem remoto, em que os preços estavam suportáveis, o amor crescia para o reconhecimento dos oprimidos e que as ruas do Boa Esperança não eram cheios de cachorros abandonados, como agora.
Passei a manhã inteira lembrando de Sônia e como não poderia deixar do ser do José, como ela chamava seu marido, que se tornava "Zé" nas mesas dos bares Boa, o antigo Issamu, onde recepcionávamos os professores do Mestrado que vinham da USP e saiam encantados daqui, graças a culinária e de outros, do Leo, Ed'Lus, do bar antigo bar do japonês (esquina da Fernando Correa com rua 1 – antes Alziro Zarur e mais tarde Edgard Vieira) e outros como Mineiro Grill, Comida Gostosa e o insuperável Moinhos Grill, do Toninho. Que prestava um atendimento de excelência. Mas, voltando aos cachorros, lembrar do da Sônia e do Zé é lembrar dos bares também do Tysson um boxer deles que dividia o amor da casa.
Imagem: Reprodução
Uma das tristezas de hoje é o abandono de cães que outrora bem tratados hoje acabam nas ruas do bairro, disputando às vezes um pouco de boa vontade de moradores, outras os restos que vão para o lixo. A sensibilidade do padre de Caruaru João Paulo Araújo Gomes é a mão cristã que opera milagres em toda missa de domingo. A notícia que ganhou a rede social no explica que o padre recolhe os cães, cura de alguma enfermidade, dá um banho, faz uma maquiagem e o apresenta durante a minha para que sejam adotados. Um por um. Taí um exemplo a ser seguido. É uma pequena mudança que resolve pela companhia dos cães adotados e pela retirada humanizada dos cães de rua.