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  • Foto do escritorAilton Segura

O Brasil vive uma época de Ordem/Desordem e Progresso/Caos na bandeira verde-amarela.

O retrocesso já foi promovido, os preços básicos do custo de vida estão em níveis estratosféricos proibitivos para 30 milhões de brasileiros (combustível e alimentos puxam a fila). A ideia inicial era a promoção do caos e a decretação do Estado de Sitio (com uma possível edição de decreto para manutenção da Lei e Ordem). Tudo que faltava para tingir a bandeira do Brasil com as confusas cores de um autoritarismo com raízes em 200 anos. As palavras de ordem são as mesmas: “As cortes querem nos escravizar...” disse na época (1822) Pedro de Alcântara, o Pedro I. E, erguendo a espada, cinematograficamente no quadro de Pedro Américo, teria berrado aos quatro cantos, como se ensinam de forma “fake” nas escolas: “Independência ou morte”¹. Mas eram outros tempos, o Brasil não prestava continência aos EUA. Desta vez não deu certo.



Pedro Américo retratou alguns anos depois, a independência do Brasil .

Imagem: Reprodução



Hoje, um candidato a “tiranete” sem reunir nenhuma pálida qualidade pessoal emerge em Brasília. (A intenção é beneficiar o grupelho de seus familiares acusados de todos os possíveis crimes que a corrupção é capaz de fomentar e a um envolvimento com milícias que vão do crime organizado do Rio de janeiro a alguns ignorantes empoderados do agronegócio e devedores de impostos.) Um capitão acompanhado por traidores da pátria, fora de tom a partir de sua própria ignorância de militar rebelde e desonra do Exército Brasileiro, tentou, sem sucesso e para proveito próprio falar numa independência negando as conquistas constitucionais vindas com o fim da “enésima” ditadura militar.



²Naquela época há 200 anos, os irmãos Andrada e Silva -José Bonifácio, Martin Francisco e Antônio Carlos (que não aparecem no quadro de Pedro Américo) e Gonçalves Ledo (que também não saiu “na foto”) espalharam a notícia. Três navios carregados de soldados portugueses, considerados agora inimigo do Brasil, fizeram meia volta e foram levar a fofoca, com o rabo entre as perna, para a cidade do Porto . Foi de lá (onde heroicamente surgiu a sopa de tripas³ ) que emergiu, dos iluministas, a necessidade de criar uma constituição para organizar a vida naquele país. até então reino unido do Brasil.


As ideias de liberdade que se espalhavam pelo mundo vieram de um Portugal que se modernizava no rumo do liberalismo, no além mar e havia conquistado sua Constituição. Sonhavam no entanto recolonizar o Brasil, destinado a ser sede do Quinto Império. Era fresco no sonho de tanta gente o legado, de Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal e de Rodrigo de Sousa Coutinho, conde de Linhares (já mortos): transformar a realidade do leste sul-americano naquilo que Chico Buarque e o português Ruy Guerra cantaram em Fado Tropical, para combater a ditadura. “...esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um Império Tropical...”²


Como agora, naquela época o mundo mudava. O absolutismo cedia os anéis para manter os dedos como cantam os sambistas dos morros4. O Brasil à custa de uma elite instruída, se negava a deixar de ser reino-unido para ser colônia novamente. E os brasileiros rascunhavam nossa independência desde o retorno de D. João a Portugal deixando no Brasil o príncipe regente Pedro de Alcântara.


A elite de brasileiros nativos daqui a maioria deles maçons estudados na Europa, institucionalizados a partir de 1815 lutava pela liberdade. Por decreto de D. João VI de 30 de março de 1818, foi posta na clandestinidade por sua participação na Revolução Pernambucana (1817). Nomes como Cipriano Barata, José Joaquim da Rocha e José Clemente Pereira juntaram forças em todo o Brasil e liderados por José Bonifácio e Gonçalves Ledo tiveram um papel fundamental na luta contra os colonizadores portugueses que sonhavam o Brasil como uma colônia e não como uma nação livre.


Notas de apoio (hipertexto)


  1. Foi Joaquim Gonçalves Ledo, a figura mais importante da nossa Independência, quem ao fazer a primeira divulgação da nova condição do Brasil, de nação livre, redigiu “Cidadãos! A Liberdade identificou-se com o terreno; a natureza nos grita Independência; a razão nos insinua; a justiça o determina; a glória o pede; resistir-lhe é crime, hesitar é dos covardes, somos homens, somos Brasileiros. Independência ou Morte! Eis o grito de honra, eis o brado nacional...”


2. Fado Tropical

Chico Buarque Rui Guerra


Oh, musa do meu fado Oh, minha mãe gentil Deixo-te consternado No primeiro Abril Não seja tão ingrata Não esqueças quem te amou E em tua densa mata Se perdeu e se encontrou

Ai, esta terra ainda vai cumprir o seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

Sabes, no fundo eu sou um sentimental Todos nós herdamos no sangue lusitano Uma boa dose de lirísmo, além da sífilis, é claro Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas Em torturar, esganar, trucidar Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora

Com avencas na catinga Alecrins no canavial Licores na moringa Um vinho tropical E a linda mulata Com rendas do Alentejo De quem numa bravata Arrebata um beijo

Ai, esta terra ainda vai cumprir o seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

Meu coração tem um sereno jeito E as minhas mãos o golpe duro e presto De tal maneira que, depois de feito Desencontrado, eu mesmo me contesto Se trago as mãos distantes do meu peito É que há distância entre intenção e gesto E se o meu coração nas mãos estreito Assombra-me a súbita impressão de incesto Quando me encontro no calor da luta Ostento a agulha empunhadora à proa Mas o meu peito se desabotoa E se a sentença se anuncia bruta Mais que depressa a mão cega executa Pois que senão o coração perdoa

Guitarras e sanfonas Jasmins, coqueiros, fontes Sardinhas, mandioca Num suave azulejo E o rio Amazonas Que corre Trás-Os-Montes E numa pororoca Deságua no Tejo

Ai, esta terra ainda vai cumprir o seu ideal Ainda vai tornar-se o imenso Portugal Ai, esta terra ainda vai cumprir o seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

Ai, esta terra ainda vai cumprir o seu ideal Ainda vai tornar-se o Império Colonial




3- Receita de sopa de tripas


Ingredientes

· 1 Kg. Tripas/ Dobrada

· 500 gr. carne de vaca

· Costelinhas de porco

· Entremeada de porco (de preferência salgada)

· Chouriço de vinho, chouriço de colorau e morcela

· Cenoura, cebola, alho, cominhos, colorau, piri-piri, tomate maduro ou polpa de tomate, loureiro, sal e vinho branco.


· Nota: Se gostar de vitela, pode pôr na confecção das tripas, eu neste não pus, mas a receita leva.


· 1kg Feijão branco,

· Arroz


Preparação


· Comece por cozer as tripas em água temperada com sal e 2 folhas de loureiro.


· Num tacho grande pique uma cebola grande e um dente alho, junte azeite e leve a refogar, junte a carne de vaca partida aos bocados e um pouco de vinho, deixe estufar lentamente,

acrescentando água aos poucos. Junte a entremeada e as costelinhas para que também cozam e coloque o tomate maduro ou polpa de tomate.


· Junte a cenoura partida às rodelas, os chouriços e deixar estufar.


· Quando as carnes estiverem cozidas junte as tripas partidas e a morcela, aqui tempere com sal, piri-piri, junte +/- 1 colher de sopa cominhos e outra de colorau.


· Deixe estufar um pouco para as tripas tomarem paladar, de seguida junte o feijão já cozido (se cozer o feijão aproveite a água da cozedura para a calda), deixe apurar em fogo brando, corrija os temperos e já está pronto. Enfeite com salsa.


Faça um arroz de alho "seco" para acompanhar, que se prepara assim: Num tacho coloque azeite e pique um dente de alho, leve ao fogo e coloque 1 medida de arroz, mexa para envolver o alho no arroz e passado uns segundos deite 2 medidas de água e mexa, tempere, quando começar a ferver reduza o fogo ao mínimo e deixe cozer.


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